Cathedral
The Garden Of Unearthly Delights
(Rock Brigade/Nuclear Blast)
Responsável por fundir o doom metal da virada dos anos 80 para os 90 com o stoner rock, o Cathedral chega ao oitavo álbum consolidando um jeito de tocar música pesada que lhe é bem próprio. Um jeito que, guardadas as devidas diferenças de épocas, se encaixaria muito sem problemas na década de 70, e só por isso, as tais diferenças tecnológicas, é que o Cathedral não soa retrô; ao contrário, faz música de vanguarda que nenhuma denominação de gênero lhe cabe.
Isso, entretanto, é uma questão de formato, que além do som, traz no pacote a já tradicional (no caso do Cathedral) estética from hell psicodélica, uma espécie de flower power dos quintos dos infernos. Em conteúdo, o que garante a banda são canções muito bem construídas e cativantes, como “Corpsecycle”, que bem poderia tocar numa dessas rádios rock da vida. Outras têm riffs excepcionais (a frenética “Oro The Manslayer”) e evoluções instrumentais que deságuam quase numa jam session das mais interessantes, como na exagerada “The Garden”, que, quase progressiva, tem vocais femininos, barulhinhos de água, violino e dedilhados nos seus (acreditem) 27 minutos.
Outrossim, e não por acaso, o disco tem a produção de Warren Ryker, acostumado a bandas como o Crowbar, outro que vem já há tempos no limiar da sonoridade pesada e arrastada. No frigir dos ovos, “The Garden…” é bom porque traz o mesmo Cathedral de sempre, mas as músicas em si esbanjam criatividade, o que, ao mesmo tempo, ajuda a renovar um nicho da música pesada que se recusa a soar repetitivo
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