Som na Caixa

Destruction

Inventor of Evil
(Rock Brigade/Nuclear Blast)

destructioninventorAs bandas que despontaram no thrash metal na década de 80 vivem querendo se reinventar para fazer o gênero se renovar, evoluir, etc. Não é esse, contudo, o caso do Destruction, que disco após disco tenta se redescobrir dentro do próprio gênero, isto é, fazendo o mais puro thrash metal sem quaisquer concessões. Só que lá se vão vinte e tantos anos, e tudo, inclusive o jeito de se fazer um disco (incluindo o metal) mudou. Hoje o fator brutalidade e a necessidade de se fazer um disco bem produzido é algo fundamental, e é aí que o Destruction, à sua maneira, se reinventa, e, de quebra, renova o thrash sem precisar costurar para fora.

Se o álbum anterior, “Metal Discharge”, tinha sido uma porradaria só, a produção canhestra e músicas pouco criativas apontavam para a repetição. Neste “Inventor of Evil”, ao contrário, os alemães foram buscar na produção de Peter Tägtgren a condição técnica ideal para ir ainda mais longe dentro da mesma proposta. Tägtgren é um dos melhores produtores da música extrema em todo o mundo, e só ele poderia tirar do Destruction a potência sonora que estava além dos limites não só da banda, mais do próprio thrash metal. Músicas como “Soul Collector” e “Seeds Of Hate”, por exemplo, se fossem compostas há vinte anos, jamais teriam um approach tão agressivo como acontece neste disco, dada a evolução tecnológica e o dedo do produtor.

Obviamente é preciso valorizar as boas músicas e os arranjos advindos de Schimer e cia., porque se a música é ruim, não há produção que resolva. São assim “The Defiance Will Remain”, a ótima “Calm Before The Storm”, grande exemplo do thrash contemporâneo, “The Chosen Ones”, uma verdadeira pérola de agressividade e bom gosto, e ainda a básica, porém sinistra “Dealer of Hostility”. Preparem os ouvidos para o disco mais pesado do ano.

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