Grave Digger
25 To Live
(Nuclear Blast/Rock Brigade)
À exceção dos festivais de verão europeu, quando divide o palco com os medalhões do heavy metal, talvez em lugar nenhum do mundo o Grave Digger tenha conseguido tocar para um público maior do que o de São Paulo, em maio do ano passado. Já quanto à empolgação os paulistanos ganham fácil. Não que a banda seja ruim, mas isso tudo se deve muito mais a um grande trabalho de mídia do que pela relevância que o grupo tem, hoje, na cena metálica mundial. Nada mais óbvio e prático, então, do que gravar um álbum duplo ao vivo, comemorando os 25 anos lá na terra da garoa mesmo, ainda que o grupo tenha editado, em 2002, outro álbum ao vivo, “Tunes Of Wacken”, cujo repertório está quase todo aqui.
O Grave Digger no início era ponta de lança do heavy metal tradicional na Alemanha, chegou a ser identificado como power metal, e numa carreira de altos e baixos teve vários percalços. Hoje vive mais da fama conquistada com álbuns antigos – como “Stronger Than Ever”, de 86, e até “Excalibur”, de 99 – do que daquilo que vem apresentando ultimamente, sobretudo em países periféricos para o metal como o Brasil. O show foi o da turnê do apenas razoável “The Last Supper”, que não forneceu material suficiente ao repertório, cabendo aos clássicos segurar a animadíssima platéia.
Dentre eles vale o destaque para “The Grave Dancer” (do álbum “Heart Of Darkness); “Heavy Metal Breakdown”, que encerra o show; “Excalibur” de refrão pegajoso, e a esperada “Rebellion”, cantada em uníssono. Porradas como “Shoot Her Down”, “Witchunter” e “The Grave Digger” também têm seu lugar. No fim das contas o álbum, muito bem gravado, diga-se de passagem, além de satisfazer os fãs, pode servir ainda para neófitos em geral, já que é também um bom apanhado de toda a careira do Grave Digger. O chato é aturar o vocalista (e dono da banda) Chris Boltendahl cumprimentando o público o tempo todo e anunciando cada música num inglês tosco de doer. Mas a felicidade do cara e a interação com o público até que compensam.
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