Matanza
A Arte do Insulto
(Deckdisc)
Publicado na Outracoisa número 18, de janeiro de 2007
Para o Matanza provar que não passava de um desvario de momento, esse terceiro disco (descontando o que homenageia Johnny Cash) era fundamental. Era, porque o grupo consegue repetir a dose com temas que, se escapam das histórias de Velho Oeste, tema principal até então, descambam com precisão para a estética da grosseria politicamente incorreta das mais interessantes. Temas como a canalhice (“Vai chegar de madrugada e ela vai querer saber/ Tem um plano A e tem um Plano B”, de “Clube dos Canalhas”), bebedeiras (“O Chamado do Bar”, “Ressaca Sem Fim”), jogatinas e outros passatempos típicos do Matanza continuam presentes – só os ranzinzas de plantão é que não conseguem entender o humor pouco sutil dos rapazes. Musicalmente, o countrycore de origem, que já flertou com o thrash no segundo disco, vem pesado e direto, com doses generosas de metal e pitadas de um inédito irish rock, mais escancaradamente em “Estamos Todos Bêbados”. Ou seja, os caras conseguiram de novo, num disco dotado de um élan cativante e que ganha o ouvinte pelo ineditismo da proposta.
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