Imagem é Tudo

Roger Hodgson

Take The Long Way Home
Live In Montreal
(ST2)

rogerhodgsontaketheO melhor que um DVD como poderia trazer acabou não acontecendo. Trata-se de Roger Hodgson tocando com uma grande orquestra de música erudita e um coro sensacional. E olha que o aperitivo que aparece nos Extras são trechos de “The Logical Song” e da sensacional suíte “Fool’s Overture” - com a imagem de baixa qualidade, diga-se. Se você não havia se dado conta, sim, Roger Hodgson é uma das vozes do Supertramp, ícone do rock progressivo inglês, e talvez aquela que mais marcou o grupo – a outra era a de Rick Davies.

Ambos eram, também, os principais compositores, assinando juntos quase todas as músicas. Numa entrevista nos mesmos Extras do DVD, Hodgson diz que boa parte dessas canções era ele quem fazia, embora dividisse os créditos com Davies, e são as músicas que ele fez que estão nessa hora e pouco de show. Não por acaso, há questões de direitos autorais entre os integrantes do Supertramp tramitando até hoje na Corte inglesa, o que inviabiliza, segundo notícias recentes, uma possível reunião do grupo.

Só que o show escolhido para ser eternizado nesse primeiro DVD solo de Hodgson traz só ele mesmo, tocando piano ou violão, com o mínimo acompanhamento de um saxofone aqui, uma escaleta acolá. Sem banda e subtraído de qualquer tipo de arranjo, resta a Rodgson usar o que depende só dele: sua afinada e característica voz e os sucessos da época do Supertramp. Não por acaso, das 15 músicas apresentadas, só duas são de sua carreira solo (que soma quatro álbuns) e soam como uma espécie de pausa para respirar, já que o público, de faixa etária avançada, queria mesmo era relembrar os bons tempos.

O outro trunfo do solitário Hodgson ele ainda sabe usar, e muito bem. Em “School” e “The Logical Song” fica evidente a perícia do cantor ao alcançar as notas mais altas exatamente como nos tempos em que elas foram gravadas, que é justamente (e não por acaso) o desejo dos canadenses que foram ao show. Roger é bem humorado (como se vê nas cenas de bastidores) e diz que muitas músicas ele gosta mais de interpretar hoje do que na época em que elas foram compostas. Caso, segundo ele, de “Take The Long Way Home”. Já “Breakfast In América” ele diz que compôs quando era um adolescente e sonhava em conhecer os Estados Unidos, e acha incrível, cerca de 12 anos mais tarde, tê-la gravado em Los Angeles. Histórias que aproximam o ídolo do homem comum e encantam a platéia.

Outras músicas que levantam um público que pouco se senta são “It’s Raining Again”, com o belo solo de sax garantido, a indefectível “Dreamer” e “Hide In Your Shell”. De qualquer forma, uma apresentação com uma banda seria muito mais interessante, não ofuscaria o talento de Hodgson e encorparia mais o repertório. Ou, ainda, uma com uma orquestra completa, cujo gostinho dos fãs foi aguçado com os pequenos trechos dos Extras. Fica aqui a petição para o brilhante Roger Rodgson.

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