Som na Caixa

Os Abreus

Os Abreus
(Tamborete)

osabreusA suavidade que emana do disco de estreia d’Os Abreus remete, já nos acordes inicias das primeiras faixas, ao rock brasileiro dos anos 80. Certa ingenuidade aqui, letras simples, mas retrato de um dia-a-dia comum acolá, e um vocal suave em quase todas as oito faixas fariam qualquer um voltar no tempo. Fariam, mas não fazem. Porque o grupo não soa, de outro lado, retrô a esse ponto, embora pudesse ter arriscado uma produção mais encorpada e ousada, o que salientaria, por exemplo, “De Repente”, hit nato que pede um algo mais que lhe é negado.

“No Que Tudo Pode Se Tornar” flerta com o Barão Vermelho, apesar da sonoridade d’Os Abreus estar muito mais para a carreira solo de Roberto Frejat do que para Rolling Stones. É outra em que o grupo (que assina a produção do CD) se virou como pode, mas acabou trazendo à tona que carece mesmo é de alguém que mexesse os botões lá no estúdio. Como explicar, por exemplo, que numa banda afeita à simplicidade do pop rock, o teclado só tenha destaque na última musica do disco? E olha que “Que Seja” é uma das mais pesadas, o que inclui um belo solo na segunda metade e encerra precocemente o CD.

Se não dá às músicas o acabamento final, a produção também não lhes tira a identidade. Os Abreus é uma banda de canções, de violões e guitarras suaves. Aposta muito no jeito de cantar de Junior Abreu, ora declamado como Cazuza, ora decalcando o modo vocal irritante de Rodrigo Amarante, ou ainda misturando tudo isso. Coisa que bandeia o quinteto para os lados da mpb, pero no mucho; do lado de lá provavelmente devem achar o som do grupo pesado demais. Se quiser deixar o limiar entre uma e outra coisa, o grupo pode dar um banho de loja (ou melhor, de estúdio) nessas oito boas músicas e colocar em prática a fase dois. Porque a um periga não de render muita coisa.

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Comentários enviados

Apenas 1 comentários nesse texto.
  1. Paradise em julho 17, 2009 às 12:55
    #1

    Olá Bragatto! Sou o Paradise dos GAMETAS, banda irmã d’Os Abreus e estou aqui para absorver essas primeiras críticas à respeito do disco dos garotos, do qual tive o prazer de participar. A dificuldade em se realizar um projeto como o deles é muito louvável já que todos sabemos as barreiras enormes que nós que fazemos rock com independência aqui no Brasil. Portanto quero dar meu “viva” aos Abreus. E que viva por muitos anos!!!
    Paradise Von Drakulelvis

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