Na ativa há quase dez anos, o grupo argentino Miranda! fez carreira com um pop eletrônico para sacudir a carcaça nas pistas. Isso até o som se transformar num agradável pop rock no último disco, “Miranda Es Imposible!”, o primeiro lançado no Brasil (pelo selo Coqueiro Verde). “Experimentamos gravações mais orgânicas, recursos de estúdio, guitarras, linhas de baixo de verdade e bateria acústica”, explica a vocalista Juliana Gattas. Cachorro López, o produtor, é um veterano do pop argentino que já tocou com Charly García e liderou o grupo Los Abuelos de La Nada (homenageado no disco com uma excelente cover de “No Lo Digas”).

O som do Miranda! permanece dançante, influenciado pela new wave dos anos 80. “‘Lo Que Siento Por Ti’ é como se fosse uma música do Pretenders”, entrega Juliana, reconhecendo que é o multiinstrumentista Ale Sergi o chefão no grupo, autor de todas as músicas - os guitarristas Lolo Fuentes e Monoto completam o time. No lançamento brasileiro, duas músicas antigas entraram como bônus: “Perfecta” e “Enamorada”. “Elas são muito populares na Argentina, México e Espanha”, explica a vocalista.

O grupo é acostumado às paradas em países onde se fala o espanhol, mas no Brasil ainda engatinha. “Estamos curiosos para saber como os brasileiros irão responder. Temos feito turnês pelo Uruguai, Chile e Bolívia. Ao vivo as músicas ficaram incríveis”, vibra Juliana.

No início o Miranda! (nome em homenagem ao ator Osvaldo Miranda, galã argentino dos anos 40 e 50, atualmente com 94 anos) era identificado com a comunidade gay, até pelo tipo de som, mas agora busca ampliar o leque. “O importante é estarmos entre boas pessoas, independente da origem. Eu adoro os gays”, diz Juliana, que jura que as fotos esquisitonas, com correntes sadomasô e gatinhos no encarte foram idéia do fotógrafo.

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