Fazendo História

Prêmio Multishow
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Na falta de um destaque, premiação expõe ecletismo fragmentado do mundo virtual. Cobertura da entrega do Prêmio Multishow, na Arena Multiuso (RJ), em agosto de 2010. Publicada na Billboard Brasil número 12, de setembro de 2010. Foto: Reprodução/internet.

titasmultishow2010Se fosse planejado não teria dado tão certo. Nenhum dos indicados ao Prêmio Multishow desse ano ganhou mais de um troféu. Como a votação é via internet, grupos que têm reduto dentro do computador saíram vencedores: NX Zero (clipe), Cine (grupo), o ultravaiado Restart (música), Rodrigo Tavares (baixista do Fresno, instrumentista) e Luan Santana (revelação). Só o Hori, banda do ídolo teen Fiuk, saiu de mãos vazias. O rapaz ainda foi zoado por Serguei, que definiu as músicas do grupo como “rock com letra de pagode”.

Maria Gadu ficou com o prêmio de melhor álbum e fez um belo dueto com Caetano Veloso em “Rapte-me Camaleoa”; Ana Carolina, como melhor cantora, pediu aos políticos que “respeitem os direitos autorais”. Pitty se disse “surpresa” com o troféu de melhor DVD, Samuel Rosa (Skank) foi o noventista solitário como melhor cantor, e o Móveis Coloniais de Acaju ganhou na categoria Experimente, reservada a artistas independentes. Ivete Sangalo, como melhor show, e Thiago Cardoso, que gravou um vídeo com música de Cláudia Leite e ganhou na categoria “TV Zé” completaram os vencedores, numa edição dominada por artistas na linha amados/odiados.

A cerimônia foi marcada por muitas gafes. Teve nome de vencedor sendo revelado antes da hora; artista atropelado pela categoria seguinte ao tentar receber o troféu; e até a banda feminina que tocou hits dos Titãs (foto), o homenageado da noite, procurando a vocalista. Por sorte, os apresentadores Fernanda Torres e Bruno Mazzeo eram melhores no improviso do que seguindo o roteiro.

Nos shows, Cláudia Leite ficou fora do tom com Victor & Leo (melhor artista sertanejo) em “Pais e Filhos”, de Renato Russo. Para piorar, Leo ainda disse que a banda de apoio tinha membros da Legião Urbana, mas Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá não estavam lá. Cine e Lu Alone destruíram “I Love Rock’n’roll”, famosa com Joan Jett. Em nível melhor, os britânicos do Bombay Bicycle Club foram atrapalhados pelo bloco carnavalesco Empolga às 9 (melhor seria o Friendly Fires, familiarizado ao samba). A mistura de gêneros definitivamente não funcionou.

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