Fazendo História

Viagem stoner

Cobertura do show do Queens Of The Stone Age no Rock In Rio 3. Publicado na Rock Press número 32, de março de 2001. Foto: Marcos Bragatto

qotsa01Jornalistas brasileiros têm batido cabeça (antes de o show começar) para entender que diabos é o som do Queens Of The Sone Age. Teses e definições foram cuidadosamente elaboradas, mas descarrilaram depois de quarenta minutos de viagem e queixos caídos e deslocados. Primeiro porque o QOTSA só tocou três músicas do álbum “Rated R”, incensado por toda a crônica musical. Depois porque, ao contrário das (louváveis) misturas encontradas nesse álbum, o grupo preferiu investir em jams instrumentais altamente lisérgicas, em que pesem as condições experimentadas em que os músicos se encontravam. Assim, no final das seis músicas programadas, o guitarrista Josh Homme improvisou solos que foram desaguar em músicas do Kyuss (“Supa Scoopa And Might Scoop”) e do Led Zeppelin. Na verdade era o próprio Kyuss, de onde saíram Josh e Nick Oliveri, encarnando seu filho mais legítimo, o stoner rock, tão procurado pelos nossos geniais jornalistas. Enquanto capoeiristas fadigavam no palco e o público não entendia nada, o QOTSA fazia um show que não pertencia a lugar ou épocas definidos, e que infelizmente entrará para a história pela chapação de Nick Oliveri, que apareceu no palco completamente nu.

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