Roger Waters apoia Argentina na questão das Malvinas
Ex-líder do Pink Floyd diz não ter orgulho de o Reino Unido ter atuado como “um império”; turnê “The Wall”, que passa pelo Brasil, começa hoje, no Chile. Foto: Reprodução/internet.
Roger Waters voltou a demonstrar seu apoio ao governo argentino na questão da soberania das Ilhas Malvinas, nesta sexta (2/3). Em entrevista à rede “Televisión Nacional”, o músico disse que não se sente orgulhoso do passado colonial de seu país que, “durante 150 anos ou mais”, atuou como “um império”. Waters disse acreditar que “as Malvinas deveriam ser argentinas”. O território é motivo de disputa histórica entre os dois países.
Ontem, durante um show em Córdoba, Morrissey, outro artista britânico, também demonstrou apoio aos argentinos na mesma questão (leia matéria aqui). As informações são da Folha on line e do diário “O Clarín”.
Roger Waters se reuniu com a líder do movimento estudantil chileno Camila Vallejo (leia aqui) e com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, ontem, em Santiago. O músico está na capital chilena desde a semana passada, e se prepara para estrear a perna sulamericana da turnê “The Wall” hoje. O show se repete amanhã e são esperadas 50 mil pessoas por noite no estádio Nacional.
Na última segunda, Roger Waters foi questionado, durante uma entrevista coletiva (leia aqui) sobre a relação dos recentes protestos estudantis no Chile e o conteúdo político do show, que exibe imagens de protestos em todo o mundo, em diversas épocas. Waters afirmou que os telões não irão exibir imagens dos estudantes chilenos.
A turnê “The Wall” chega ao Brasil por em Porto Alegre, no estádio da Beira-Rio, no dia 25/3; passa pelo Rio de Janeiro, no estádio do Engenhão, dia 29/3; e tem em São Paulo, no estádio do Morumbi, duas apresentações, nos dias nos dias 1 e 3/4. Veja os detalhes de cada cidade nesse endereço.
Detalhes da turnê
Na turnê “The Wall” o ex-baixista do Pink Floyd toca pela primeira vez, ao vivo, no Brasil, a íntegra do álbum de mesmo título, grande clássico do grupo, lançado em 1979, e que ganhou as telas do cinema com o diretor Alan Parker. Para o show, Roger Waters desenvolveu imagens dinâmicas para ilustrar a história e as canções, à frente de um muro com mais de 137 metros de largura, que forma um telão.
Um dos grandes O momentos do show é o “Fallen Loved Ones”, quando fotografias e histórias de pessoas que perderam a vida em guerras, incluindo o pai de Waters, são apresentadas no telão. Entre os homenageados está o brasileiro Jean Charles de Menezes, morto no metrô de Londres em 2005.
A turnê norte-americana de “The Wall”, em 2010, foi a mais lucrativa em arenas fechadas nos Estados Unidos, arrecadando US$ 89,5 milhões de dólares em 56 shows. A perna europeia da turnê foi tão bem sucedida quanto à americana, com 64 shows realizados em 2011, incluindo as seis datas na O2 Arena, em Londres. Uma delas contou com a presença dos ex-membros do Pink Floyd, David Gilmour e Nick Mason.
Antes da atual turnê, “The Wall” foi realizado ao vivo pelo Pink Floyd apenas 29 vezes, entre 1980 e 1981, como parte de divulgação do álbum. Em julho de 1990, onde Roger Waters celebrou a queda do muro de Berlim em uma performance que atraiu quase meio milhão de fãs à Potsdamer Platz.
Esta é a terceira vez de Roger Waters no Brasil. Antes, ele se apresentou em 2002 e 2007 - veja como foi no Rio. Desde de setembro, toda a discografia do Pink Floyd foi relançada em ediçoes especiais - veja mais aqui.
Números do espetáculo
137 metros de largura por 11 de altura e 5,5 de profundidade é o tamanho da parede
424 tijolos, que serão reciclados após o uso, são utilizados
45 minutos é o tempo para construir o muro
12 pessoas da produção do artista e 8 pessoas das produções locais constroem o muro
27 motores elétricos
32 quilômetros de cabos elétricos, incluindo iluminação, som e potência
172 alto-falantes
23 projetores
9 metros é o diâmetro da tela circular
10 metros é a alturas dos bonecos infláveis
55 toneladas é o peso de todo o cenário
21 caminhões
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