Roger Waters dedica show de Santiago a brasileiro
Músico lembrou de Jean Charles de Menezes e do chileno Víctor Jara
O primeiro show da turnê sulamericana “The Wall”, de Roger Waters, que está acontecendo agora (2/3), em Santiago, no Chile, foi dedicado pelo músico ao brasileiro Jean Charles de Menezes, assassinado por engano pela polícia britânica em Londres, em 2005.
O show, realizado no estádio Nacional, recebe um público estimado em 45 mil pessoas, e começou às 21h30 em ponto. Seguindo o roteiro original do álbum “The Wall”, a abertura foi com “In The Flesh”, e, em “Another Brick in the Wall Part 2″, um grupo de crianças chilenas subiu ao palco para cantar o refrão “We don’t need no education / Teachers leave the kids alone”.
O artifício deve se repetir também nos shows no Brasil. Durante o show, Waters ainda lembrou do ativista político chileno Víctor Jara, assassinado pela ditadura nos anos 1970, como símbolo de todos os desparecidos no período. As informações são do site do diário chileno “La Tercera”.
A turnê “The Wall” chega ao Brasil por em Porto Alegre, no estádio da Beira-Rio, no dia 25/3; passa pelo Rio de Janeiro, no estádio do Engenhão, dia 29/3; e tem em São Paulo, no estádio do Morumbi, duas apresentações, nos dias nos dias 1 e 3/4. Veja os detalhes de cada cidade nesse endereço.
Detalhes da turnê
Na turnê “The Wall” o ex-baixista do Pink Floyd toca pela primeira vez, ao vivo, no Brasil, a íntegra do álbum de mesmo título, grande clássico do grupo, lançado em 1979, e que ganhou as telas do cinema com o diretor Alan Parker. Para o show, Roger Waters desenvolveu imagens dinâmicas para ilustrar a história e as canções, à frente de um muro com mais de 137 metros de largura, que forma um telão.
Um dos grandes O momentos do show é o “Fallen Loved Ones”, quando fotografias e histórias de pessoas que perderam a vida em guerras, incluindo o pai de Waters, são apresentadas no telão. Entre os homenageados está o brasileiro Jean Charles de Menezes, morto no metrô de Londres em 2005.
A turnê norte-americana de “The Wall”, em 2010, foi a mais lucrativa em arenas fechadas nos Estados Unidos, arrecadando US$ 89,5 milhões de dólares em 56 shows. A perna europeia da turnê foi tão bem sucedida quanto à americana, com 64 shows realizados em 2011, incluindo as seis datas na O2 Arena, em Londres. Uma delas contou com a presença dos ex-membros do Pink Floyd, David Gilmour e Nick Mason.
Antes da atual turnê, “The Wall” foi realizado ao vivo pelo Pink Floyd apenas 29 vezes, entre 1980 e 1981, como parte de divulgação do álbum. Em julho de 1990, onde Roger Waters celebrou a queda do muro de Berlim em uma performance que atraiu quase meio milhão de fãs à Potsdamer Platz.
Esta é a terceira vez de Roger Waters no Brasil. Antes, ele se apresentou em 2002 e 2007 - veja como foi no Rio. Desde de setembro, toda a discografia do Pink Floyd foi relançada em ediçoes especiais - veja mais aqui.
Números do espetáculo
137 metros de largura por 11 de altura e 5,5 de profundidade é o tamanho da parede
424 tijolos, que serão reciclados após o uso, são utilizados
45 minutos é o tempo para construir o muro
12 pessoas da produção do artista e 8 pessoas das produções locais constroem o muro
27 motores elétricos
32 quilômetros de cabos elétricos, incluindo iluminação, som e potência
172 alto-falantes
23 projetores
9 metros é o diâmetro da tela circular
10 metros é a alturas dos bonecos infláveis
55 toneladas é o peso de todo o cenário
21 caminhões
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