Legado vivo
Marky Ramone comanda show com batelada de músicas da banda que lhe deu fama no Rock In Rio. Foto: Léo Corrêa.
Pouco importa que Michale Graves não lembre muito o grande ícone Joey Ramone e deixe a desejar como cantor; que ele próprio tenha o desplante de enfiar um mini set acústico que só foi aplaudido por generosidade da massa; que o guitarrista e o baixista sejam genéricos, configurando praticamente uma banda cover. O que prevalece é que ali atrás da bateria está um legítimo Ramone, dono de uma indefectível batida de se reconhecer a milhas de distância. E o show segue como numa apresentação do quarteto que inventou o punk. É um, dois, três, quatro e porrada na moleira. Ou, se você preferir, “Breat On The Brat”.
A música foi um dos destaques, numa sequencia difícil de se extrair a que realça mais, tocada na primeira metade do show. Na parte final, um superbloco de sucessos, inclusive radiofônicos, inclusive no Brasil, matou a pau. Falamos da sensacional “I Believe In Miracles”, que Graves tenta cantar de um jeito diferente, mas é atropelado pela cantoria popular; de “The KKK Took My Babe Away”, com – quem diria – o próprio Marky revirando a mínima bateria; “Pet Sematary”, cantada a plenos pulmões por uma plateia possessa; e “I Wanna Be Sedated”, na qual se deu o alvará sonoro para a multiplicação das rodas e pogo sem fim.Michale Graves não é Joey, mas é bom de palco. Quica o tempo todo no andamento das músicas e vai à grade cumprimentar o público. Cobre a lacuna deixada pelo próprio Marky, que faz bem a não se enveredar como vocalista. Se genérica, a banda é ensaiadinha e faz valer a máxima ramônica que emblematiza o eterno elixir da juventude. Nenhuma banda jamais retratou o rito de passagem adolescente como o Ramones. E Marky Ramone, à sua maneira, vem mantendo o legado. Agora, o Rock In Rio já pode se orgulhar de ter recebido ao menos um Ramone em seus palcos.
Set list completo:
1- Rockway Beach
2- Teenage Lobotomy
3- Do You Wanna Dance
4- I Don’t Care
5- Sheena Is a Punk Rocker
6- Havana
7- Comando
8- Beat On The Brat
9- 53rd & 3rd
10- Now I Wanna Snif Some Glue
11- Gimme Gimme Shock Tretament
12- Rock’n'roll High School
13- Oh, Oh, I Love Her So
14- Judy Is a Punk
15- I Believe In Miracles
16- The KKK Took My Babe away
17- Pet Sematary
18- I Wanna Be Sedated
19- I Don’t Wanna Walk Like You
20- Pinhead
21- Dig Up Her Bones
22- Cretin Hop
23- What a Wonderful World
24- Blitzkrieg Bop
Veja mais: os shows do Rock In Rio
Veja mais: tudo sobre o Rock In Rio
Tags desse texto: Marky Ramone, Rock In Rio
Achei legal o Graves nao tentar dar uma de Joey cover. Também achei o guitarrista e o baixista com cara de genéricos, mas foram competentes. Só discordo da parte do acústico, achei que as duas releituras do Misfits ficaram bacanas. Abs!
Não é possível que depois de ler esse parágrafo “Pouco importa que Michale Graves não lembre muito o grande ícone Joey Ramone e deixe a desejar como cantor; que ele próprio tenha o desplante de enfiar um mini set acústico que só foi aplaudido por generosidade da massa; que o guitarrista e o baixista sejam genéricos, configurando praticamente uma banda cover.”, vocês (fãs de Ramones) continuem achando legal o que esse Marky faz (por dinheiro) em nome dos Ramones. Uma coisa que tenho certeza que jamais veria seria o Johnny ou o Dee Dee montando uma banda de cover deles mesmo (com integrantes genéricos - como o texto diz) só pra continuar aí, ganhando grana, com o nome na mídia. Esse Marky Ramone deveria ser um vergonha para quem gosta de Ramones.
Leo Cucatti, quanta baboseira, a banda montada é um tributo e é, sim, para ganhar dinheiro, e o que importa? Eu não tive oportunidade de vê-los na ativa, o último show do Ramones por aqui eu tinha 6 anos de idade e acho super válido, é um show cover, mas ali atrás da batera tem um cara que tocou em várias fases do grupo e que eu como baterista admiro pra caramba. O que tem demais nisso? Se não curte, apenas respeite.