Vida de volta
No lançamento do novo álbum, Pitty mostra a força das novas músicas, revê clássicos e se emociona com plateia que amadurece junto com ela. Fotos: Cadu Cavalcanti/Divulgação.
A música que arremata o show no pique, sem bis, é “Serpente”, que em tese só teria a escalação garantida por questões temáticas, já que é ela que fecha o novo álbum, “Setevidas” (resenha aqui), em um tom de adeus difícil de conseguir. Mas funciona ao vivo também, com um elam calmo e reconfortante que no fundo mostra uma interseção com o projeto Agridoce, amenizando de certo modo o início matador. Quem resiste a, de cara, “Setevidas”, sua irmã mais velha “Anacrônico”, e “Admirável Chip Novo”, em sequência? A coisa vai ficar melhor ainda quando a turnê seguir e a banda se entrosar mais a ponto de conseguir tocar as três coladas uma na outra. Pitty não economiza e inclui nada menos que nove músicas novas – pense que artista com mais de 10 anos de estrada faz isso -, boa parte com o público já ensaiadinho na cantoria.
As novidades, contudo, não ficam só no disco novo, várias músicas aparecem com arranjos modificados em relação à versão de disco, e isso é muito bom. “Teto de Vidro” é uma delas, que perde um tiquinho de peso, mas é encorpada com uma ótima inserção de teclados e com Pitty tocando guitarra. “Memórias” ganha em distorção, faz o público abrir aquelas rodas de show de hardcore e leva o guitarrista Martin a manipular os pedais de efeitos no chão, com as mãos. O público – por sinal - parece também mais maduro, menos delirante e mais participativo do modo certo, digamos assim. O tempo que passa para quem está em cima do palco é o mesmo que, impiedoso, retira as folhas do calendário do povão também. “Semana Que Vem” é outra rearrumada, com a inclusão de efeitos na voz de Pitty. E dá-lhe pula-pula.Embora seja essa uma nova turnê, as soluções visuais no palco convencem menos que o show propriamente dito. Por vezes, o telão subutilizado ao fundo, com imagens quase sempre irrelevantes, traça a silhueta dos músicos e realça a disposição dos instrumentos no palco, com a bateria numa lateral e o teclado na outra. Mas é só. Instrumentos de apoio, usados sobretudo pelo tecladista Paulo Kishimoto, talvez para tentar reproduzir ao vivo o que foi gravado no disco, também não influem nem contribuem. Esguia e com uns quilinhos a menos, Pitty desfruta da “fase endorfina” (leia a entrevista) com uma leveza flutuante e se sobressai em toda a noite, numa espécie de movimento de dar e receber com o público que marca sua trajetória desde os tempos do palquinho baixo do Ballruim (foto).
Entre as músicas novas, além da pedrada grudenta “Setevidas”, cabe destaque para o final de “Pouco”, quando o vocal mais rasgado à Cobain faz toda a diferença; “Boca Aberta”, que além de ser uma bela composição, funciona muito bem ao vivo, com bom diálogo entre Martin e o baixista Guilherme Almeida; e a amalucada “Um Leão”. Sabiamente só uma música do indeciso “Chiaroscuro” entra no set, a clichetaça máster “Me Adora” que se recusa a sair da cabeça da gente. E o imperativo de “Deixa Ela Entrar”, outra das novas, salienta a fúria com que Pitty retoma o norte deixado de lado tempos atrás e traz sua vida de volta. É essa pegada que sacode a lona do Circo Voador e faz descer os tais fantasmas do rock para explicar o que parece inexplicável. Que assim seja, Pitty. Que assim seja.Set list completo:
1- Setevidas
2- Anacrônico
3- Admirável Chip Novo
4- Semana Que Vem
5- A Massa
6- Deixa Ela Entrar
7- Teto De Vidro
8- Memórias
9- Boca Aberta
10- Olho Calmo
11- Pouco
12- Me Adora
13- Pulsos
14- Pequena Morte
15- Equalize
16- Na Sua Estante
17- Um Leão
18- Máscara
19- Serpente
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Putz! Que resenha!. MARAVILHOSAMENTE VERDADEIRA. Difícil encontrar identificação tamanha entre quem fala e quem estava lá, mas é isso, Pitty é simplesmente Pitty. E temos que valorizar sem puxar o saco de quem realmente merece. Vlw!
Essa menina é uma roqueira fake e só bobo mesmo cai na conversa dela. O rock nacional está perdido se depender de “artistas” como ela. Fica boa só na foto. Vida real é outra história.
É impressionante como o colunista desse site gosta de menosprezar o “Chiaroscuro”. Sempre que possível, nas entrevistas e resenhas, ele insiste em dizer que o CD (sic) “Chiaroscuro” não é “tao bom quanto os outros”, é “álbum duvidoso” e coisas do tipo. Eu sou fã da banda e garanto que o “Chiaro…” é um grande e belíssimo e importante disco para alguns fãs. E tenho certeza que a Pitty tem uma visão bem diferente da do escritor aqui do Rock em Geral.
Não acho Pitty uma rockeira ruim. Tudo bem que o trabalho dela não é somente metal extremo, mas pelo menos tem qualidade. Perto de muitas bandas que surgiram nos anos 80 e não traziam nada com qualidade, até que ela é alguma coisa. Gosto bastante de muitas faixas do “Admirável Chip Novo”, do “Anacrônico” e do “Chiaroscuro. Esse novo eu achei bom também. Curto o som dela sem exageros e não vejo problema. Melhor que muita porcaria por aí.
Pitty é uma roqueira fake usada pela indústria para enganar menininhas e rapazes sem orientação sexual definida.
São os mesmos que chamam de diva qualquer bruaca que apareça na mídia.
O único disco razoável lançado por Pitty foi “Anacrônico”, os demais são todos de uma tristeza sem fim, principalmente o metido à besta “Chiaroscuro” e o Agridoce, que beira a idiopatia de tão ridículo, cujo ápice do ridículo é misturar letras em português com inglês macarrônico que só engana analfabetos em inglês.
Enfim, Pitty faz parte de um câncer que assola a cultura deste país.
Se você não gosta dela tudo bem. Mas daí já dizer que ela é horrível, acho um exagero. Mas cada um com os seus…
Ubirajara, eu achei muito engraçada a sua colocação de “rapazes sem orientação sexual definida”.
Sério, ela é ótima, muito superior a algumas bandinhas de rock aqui no Brasil. A galera só cai matando porque é uma das únicas que ainda vende CD e faz um certo sucesso.
Esse ano é dela e ninguém toca!
Ela é melhor que o rock atual, mas isso é grande coisa, né?
O nível ainda está muito baixo. No futuro, essa fase da cultura pop nacional na qual ela se destaca será lembrada pelo vazio intelectual típico de quem se deslumbra e se assusta com muita informação disponível.
E qualquer um que pesquisar sobre o rock atual, que tá uma ruim de dar pena, vai perceber que essa menina fake chamada Pitty não passa de um simulacro de mulher bem sucedida.
Antigamente, só a ralé tocava no Circo Voador e, de vez em quando, algum nome maior fazia a gentileza de ajudar a casa se apresentando lá.
Enfim, o mundo mudou, o Circo Voador também, mas uma verdade precisa ser dita: a capacidade de lotação do Circo não mudou muito. Foi o mundo pop que encolheu e vai encolher mais ainda.
E, com ele, Pitty e seus fãs bobinhos descem pelo ralo.
Pense nisso.
A turnê ‘Setevidas’ tá se tornando a melhor de todas e mal começou! Faz tempo que não vejo algo como isso. Pitty, melhor banda!
Só achei ruim o fato de que não rolou “Lado de lá”. ;(
Caro Ubirajara, brinde-nos então com o seu absoluto gosto musical que subjuga (e “sub-julga”) o dos demais… quais são as bandas que são rock real para você? Gosto e música é individual, meu velho. Se você não gosta de alguma coisa, direito seu, mas para com essa onda de julgar os outros pelas opiniões diferentes das suas. Mas vamos lá… cite os inesquecíveis nomes do rock nacional os quais você é tão saudoso…
Que artista de rock você gosta, Ubirajara? Ou acha legal?
É impressionante como o colunista desse site gosta de menosprezar o ‘Chiaroscuro’. Não é questão de desmerecer o cara. Ele tem a opinião dele. Gosta mais dos rock mais cru estilo o primeiro disco da Pitty.